Os hábitos alimentares dos brasileiros acabam de ser mapeados pelo IBGE, através do estudo “Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil”, que mostrou que o café é o alimento mais consumido entre os brasileiros (215,1g), seguido do feijão (182,9g), arroz (160,3g), sucos (145,0g), refrigerantes (94,7g) e carne bovina (63,2g).
A média de calorias diárias ficou entre 1.490 e 2.289. A qualidade da alimentação também foi colocada à prova: segundo o levantamento, 90% dos brasileiros comem poucas frutas, legumes e verduras.
Os homens são os que têm maior ingestão diária de energia (especialmente na faixa que vai dos 14 aos 18 anos) e o que menos comem verduras, frutas e doces, quando comparados com as mulheres. O consumo de cerveja e bebidas destiladas da ala masculina é cerca de cinco vezes maior do que o das mulheres.
Outro ponto considerado pela pesquisa foi o percentual de consumo fora do domicílio em relação ao consumo total, que demonstrou uma forte tendência para produtos industrializados. A cerveja ocupa o primeiro lugar na lista de alimentos mais consumidos fora de casa (63,6%), seguida por salgadinhos industrializados (56,5%), salgados fritos e assados (53,2%), bebidas destiladas (44,7%), pizzas (42,6%), sanduíches (41,4%), refrigerantes diet ou light (40,1%), refrigerantes (39,9%), salada de frutas (38,8%) e chocolates (36,6%).
A população rural, segundo os dados, é a que mais consome grãos, frutas e peixes, sendo que o arroz e o feijão são os alimentos mais ingeridos nessas áreas, seguidos dos peixes frescos, farinha de mandioca, manga e açaí.
Em contrapartida, os alimentos mais calóricos e industrializados se destacam na área urbana. Em comparação com a área rural, os consumo diário de refrigerante é de 105g na área urbana, contra 42,7g na área rural; o pão de sal, 56,9 contra 33,4g; a cerveja, 33,8g contra 17,5g; e sanduíches, 13,5g contra 2,2g.
A batata frita é mais consumida no Nordeste (72%) do que nas demais regiões; enquanto as massas fora do domicílio são consumidas quatro vezes mais na Região Centro-Oeste (27,9%) do que no Norte (7,6%).
O Norte do País é onde são registradas as maiores médias de ingestão de energia diária, em contraste com a região Nordeste, que apresenta os menores índices. Enquanto as regiões Sul e Sudeste apresentaram as menores médias diárias de ingestão de colesterol, a região Norte registrou os valores mais elevados de consumo.
Crianças e adolescentes na mira
Os adolescentes também são os que mais comem biscoitos recheados e ingerem mais bebidas com adição de açúcar (sucos, refrescos e refrigerantes), salsichas, sanduíches e salgados, sendo também os que menos consomem saladas cruas em comparação aos demais grupos etários.
O estudo mostrou que na faixa dos 10 aos 13 anos de idade, 96,4% dos adolescentes do sexo masculino e 97,2% do sexo feminino registraram ingestão de cálcio abaixo do valor mínimo diário recomendável (1.100mg).
Pioriando o quadro, a ingestão de sódio está acima do limite tolerável, enquanto as vitaminas D e E também estão abaixo da média.
O estudo “Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil” foi feito em parceria com o Ministério da Saúde, por meio de informações sobre a ingestão individual de alimentos de moradores com 10 anos ou mais de idade, distribuídos em 13.569 domicílios.