Em um mercado onde a margem de erro encolhe e a competição cresce, empresas de médio porte estão descobrindo que não basta ter produto e mercado — é preciso ter estrutura. E nisso, a presença de profissionais com domínio técnico e mentalidade estratégica vem se tornando um divisor de águas.
Para muitas empresas em crescimento, o salto entre a operação enxuta e a expansão planejada é exatamente onde tudo pode se perder. E não por falta de demanda, mas por excesso de informalidade estrutural. Processos improvisados, decisões centralizadas, ausência de critérios claros para alocação de recursos e falta de previsibilidade. O resultado? Crescimento instável, perda de rentabilidade e dificuldades para atrair capital externo.
Segundo Robson Gimenes Pontes, especialista em estruturação financeira e planejamento corporativo, esse momento — entre a consolidação e o salto — é o ponto mais crítico da jornada de negócios que querem escalar com inteligência. “É nesse estágio que muitas empresas crescem para fora, mas continuam pequenas por dentro”, afirma.
Ele explica que o preparo técnico da gestão não pode ser visto como luxo ou excesso de burocracia, mas sim como a base que garante que o crescimento não destrua a empresa pelo caminho. “Você não pode escalar com as mesmas práticas de quando era uma operação familiar. A informalidade que antes gerava agilidade começa a virar risco. E risco mal calculado vira custo.”
Robson atua diretamente na preparação de estruturas robustas para empresas que desejam abrir filiais, captar recursos, internacionalizar operações ou simplesmente ganhar previsibilidade. E destaca que a demanda por esse tipo de profissional aumentou exponencialmente nos últimos cinco anos. “Antes, se falava em controller só quando a empresa tinha mais de 300 funcionários. Hoje, um negócio com 50 pessoas e plano de crescimento já entende que precisa de alguém que faça a ponte entre os números e a estratégia.”
Entre os principais gargalos identificados por Robson estão: ausência de KPIs financeiros bem definidos, processos de precificação frágeis, controle orçamentário inexistente e decisões pautadas por percepção, e não por análise. “Empresas médias têm pressa — e isso é bom. Mas sem preparo técnico, a pressa custa caro.”
O que diferencia os negócios que avançam com segurança, segundo ele, é a capacidade de projetar cenários realistas, de ter um fluxo de informações confiável e de organizar processos sem engessar a operação. E tudo isso, afirma, só se conquista com uma liderança que conheça o chão da empresa, mas fale a linguagem dos conselhos e dos bancos.
“O gestor técnico é quem cria a travessia entre o agora e o que a empresa quer ser. Sem ele, qualquer plano de crescimento vira um salto no escuro”, conclui Robson.
Autor: Yuliya Sokolova